Este texto foi extraído do livro Método de Boas Maneiras, do Prof. DeRose.
Onde há sutileza, em geral, há boa educação. Sutileza tem a ver com polimento, refinamento.
Sutileza na maneira de segurar uma xícara, um copo, um garfo. Sutileza na maneira de sentar-se no sofá sem se atirar nele ou de se virar na cama sem disturbar o parceiro que lá está. Sutileza na forma de tocar pessoas e objetos. Sutileza na forma de fechar o porta-malas do automóvel de um amigo. Sutileza na hora de repor as coisas exatamente no lugar de onde as tiramos, na casa dos outros, por mais íntimos que sejam. Sutileza na hora de selecionar as amizades e as pessoas com quem vamos envolver-nos afetivamente. Sutileza na maneira de reclamar, na forma de fazer amor ou na forma de dizer uma verdade.
Não há nada mais agradável que poder dizer a alguém:
– Não sei se eu gostaria disso.
E o outro compreender que você não quer isso de maneira nenhuma, não insistir e não perguntar porquê. Já imaginou se, para obter esse resultado, você precisasse dizer:
– Olha aqui, ô cara. Eu não estou a fim, tá me entendendo? Vê se você se toca.
Creio que pela comparação com os opostos o conceito de sutileza e seu valor ficam mais claros, não é?
(…) Sutileza é ser delicado, atencioso, cuidadoso, suave, gentil. Ser sutil é esforçar-se para não fazer nada que possa desagradar os demais. É ser gato e não ser cão ao movimentar-se, ao pisar, ao esbarrar e ao tocar. Ser sutil é absorver e assimilar uma educada indireta ao invés de comportar-se como um muro de pedra e rechaçar a crítica, devolvendo-a automaticamente para se defender. (…)
Ser sutil é reconhecer um erro que lhe tenha sido apontado por outrem, até mesmo quando você discordar e achar que está com a razão. Tenho alguns amigos, excelentes pessoas, mas que estão o tempo todo na defensiva. Jamais escutam e jamais aceitam. Precisam justificar-se sempre. (…)
Ser sutil é sinônimo de ser bem educado, mesmo quando a origem é humilde, ainda que nunca se tenha lido um livro de boas maneiras”.