Capítulo do livro Viva Mais e Melhor, do Professor DeRose, egregorabooks.com
Explicando de forma bem simplificada, a epigenética é a área da biologia que estuda os fatores não genéticos os quais podem ligar ou desligar determinados genes e, portanto, seus efeitos não são causados por alterações no DNA.
Noutras palavras, epigenética pode ser entendida como o quanto o comportamento, hábitos, alimentação e ambiente podem estimular ou retardar os genes a desencadear a sua programação, ou podem mesmo desligá-los.
Assim, um indivíduo com uma genética que predispusesse a um câncer aos 40 anos de idade, se tal indivíduo fumasse, tomasse álcool (mesmo socialmente), se ele se alimentasse com carnes e industrializados, tal pessoa pzderia ter o tumor maligno ocorrendo mais cedo, aos 30 anos de idade ou antes.
Se, por outro lado, tal indivíduo, nunca fumasse, nem tomasse álcool, não comesse carnes nem produtos industrializados, aprendesse a respirar, educasse as suas emoções e pensamentos, administrasse o seu stress e fizesse exercícios moderados, poderia retardar a manifestação da programação do câncer para que ocorresse, não aos 40, mas sim aos 60, 70 ou até mesmo que não se manifestasse nunca em sua vida. Há registros de casos em que um tumor existente estacionou ou até regrediu após uma mudança radical no estilo de vida, incluindo, é claro, a alimentação – entre várias outras atitudes. O mesmo ocorre com diabete, Alzheimer, artrite, problemas cardíacos e quase todos os demais males.
Contudo, não queremos limitar estes conceitos ao âmbito da saúde, pois não atuamos nessa área, e sim estendê-los ao desenvolvimento pessoal, explorando o potencial latente nos genes do ser humano, a fim de expandir seu rendimento nos esportes, na profissão, nas ciências, nas artes e em tudo na vida. Esta é a visão da epigenética preconizada pelo DeROSE Method.
Aristóteles (384-322 a.C.) já mencionara a epigênese. Em 1942, Conrad Waddington utilizou o termo epigenética, referindo-se à forma como os genes são influenciados pelo meio ambiente. A Dra. Bruna Mascaro, bióloga especializada em sequenciamento aplicado à oncologia, ilustra esse fenômeno muito bem:
“Um exemplo clássico é o estudo sobre as abelhas-rainhas e operárias, que apesar de terem sequências genéticas idênticas, são completamente diferentes em termos de comportamento, fisiologia e fenótipo. Neste caso, a frase ‘você é o que você come’ representa exatamente o que é observado: ambas, a abelha-rainha e operárias são inicialmente alimentadas com geleia real, no entanto, as abelhas operárias são rapidamente desmamadas e alimentadas com néctar e pólen, enquanto as abelhas-rainhas são alimentadas por geleia real durante todo seu desenvolvimento, mantendo essa dieta inclusive na vida adulta. Estudos recentes demonstraram que a geleia real contém ingredientes capazes de inibir a metilação de citosinas no DNA, levando ao aumento da expressão de genes que se encontram silenciados em abelhas operárias, o que pode explicar a grande diferença fenotípica e de comportamento entre essas duas castas.”